Disciplina de OPNE proporciona aprendizado inclusivo no curso de Odontologia
A saúde bucal é um pilar para a manutenção da qualidade de vida e é um direito de todos, incluindo pessoas com deficiência e doenças crônicas. No entanto, estes indivíduos podem enfrentar desafios adicionais em relação à saúde bucal, como dificuldades de acesso ao tratamento odontológico e problemas de comunicação.
De acordo com os dados do IBGE, o número de pessoas com doenças crônicas e necessidades especiais vem crescendo no Brasil. Com isso, o cirurgião-dentista é visto como parte da equipe multidisciplinar no cuidado com a saúde de forma integrada e não isoladamente. Neste contexto, a Suprema traz a oferta da disciplina “Odontologia Para Pacientes com Necessidades Especiais – OPNE”, na grade horária curricular do 7º período do curso.
O atendimento à população e a prática dos acadêmicos é realizada na Clínica de Odontologia da Suprema, localizada no Hospital e Maternidade Therezinha de Jesus. São abordados todos os tipos de atendimentos e, em casos complexos, os pacientes são encaminhados para o Centro Odontológico de Atenção a Pacientes com Necessidades Especiais. Atualmente, há 24 pessoas, entre adultos e crianças, sendo assistidos mensalmente.
O coordenador do curso de Odontologia, Rodrigo Guerra, conta que a disciplina de OPNE “faz toda a diferença na formação do profissional, que pode ofertar ao seu paciente, ao sair da faculdade, um atendimento proporcional a sua necessidade. Entendemos que dessa maneira formamos profissionais mais competentes para o mercado de trabalho”.
A professora da disciplina, Camila Carrada, reforça que as aulas teórico-práticas são “oportunidades para os estudantes aprenderem sobre as especificidades dos pacientes e vivenciar a rotina clinica das demandas desta população”.
É um diferencial ter a disciplina como obrigatória, já que o estudante passa a ter um olhar inclusivo, o que também facilita na escolha da área de atuação. A estudante do 7º período, Tallita Ribeiro de Oliveira, relata: “ OPNE nos fez poder treinar a visão não só para a saúde bucal do paciente, mas sim para sua saúde como um todo. Estou tratando um paciente portador de doença renal crônica, e isso me fez observar o olhar para ter mais coragem para tratar esse paciente quando chegar lá fora no meu consultório”.
O aprendizado beneficia pacientes sistemicamente comprometidos, como diabéticos, renais, cardiopatas, entre outros. A professora que também ministra a disciplina, Jessica do Amaral Bastos, explica que o “número de pacientes com doenças crônicas tem aumentado em Juiz de Fora, seguindo a linha do Brasil, e que estão com atendimento odontológico negligenciado”.
Para ser paciente da disciplina de OPNE, o responsável pelo paciente, ou o próprio paciente, deve realizar o cadastro na Clínica do Hospital e Maternidade Therezinha de Jesus, onde posteriormente será informado sobre as datas do atendimento.