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Pós-Covid 19: o papel do fisioterapeuta na reabilitação

Publicado em: 25/02/2022

A comunidade científica vem se debruçando há dois anos a estudar sobre o novo coronavírus. Atualmente, uma gama de pesquisas vem sendo realizadas com o intuito de compreender os comprometimentos deixados nos pacientes que testaram positivo para o vírus. 

 

Conhecida como “Long-COVID-19”, “Pós-COVID-19”, “Sintomas persistentes da COVID-19”, “Manifestações pós-COVID-19”, “COVID-19 pós-aguda” e “Síndrome pós-COVID-19”, os efeitos a longo prazo da infecção podem ser subdivididos em duas categorias. A “Subaguda” na qual os sintomas e as disfunções estão presentes de 4 a 12 semanas e a “Crônica” em que eles persistem além das 12 semanas e não são atribuíveis a outros diagnósticos. 

 

Considerando ainda que, além de dor de cabeça, perda do olfato e do paladar, os principais acometimentos apresentados estão relacionados a disfunção pulmonar, como dispneia, além de fadiga e dores articulares, a necessidade da Fisioterapia tem sido cada vez mais destacada na literatura científica. Com isso, o fisioterapeuta tem atuado de forma direta tanto na fase aguda da doença, como no pós-alta.

 

De acordo com o documento “Recomendações para Avaliação e Reabilitação Pós-Covid 19” da Associação Brasileira de Fisioterapia Cardiorrespiratória e Fisioterapia em Terapia intensiva, a ASSOBRAFIR, os cuidados de acompanhamento precisam ser considerados para pacientes com alto risco para o desenvolvimento da Síndrome, como os que tiveram quadro grave e precisaram de cuidados intensivos.  No entanto, “aqueles que tenham apresentado a forma leve da doença também podem ter tais sequelas”. 

 

 O mesmo aconselhamento é feito aos pacientes que chegam ao consultório do médico infectologista Marcos Moura, que acompanha os pacientes quando estão com Covid-19 e depois que vencem a doença. Segundo ele, aqueles que tiveram formas moderadas e graves da doença ficam com sequelas principalmente respiratórias. 

 

O médico explica que o  pulmão vai ter um grau de inflamação e de cicatrização variado conforme a pessoa e sua predisposição. “Isso é perceptível, em muitos casos, após um mês de internação ou da doença. De uma forma geral, oriento aos pacientes que tiveram Covid, com exame de imagem ou não, sintomas ou não, a procurar avaliação fisioterápica para reabilitar conforme idade ou deficiência”, confirma o infectologista. 

 

Nesta entrevista, o Jornal da Suprema convidou a fisioterapeuta especializada em Fisioterapia Cardiorrespiratória, Doutora em Ciências da Reabilitação na linha de pesquisa Desempenho Cardiorrespiratório e docente da Faculdade Suprema, Ana Paula Ferreira, para explicar sobre o trabalho da Fisioterapia no processo da Síndrome Pós-Covid. 

 

 

Como funciona a fisioterapia respiratória e cardiovascular? Em que ela trabalha?

 

Na Fisioterapia Cardiovascular e Respiratória, atuamos na promoção, prevenção, proteção, educação, intervenção terapêutica e recuperação funcional de indivíduos com doenças cardíacas e vasculares periféricas e síndrome metabólica, a nível hospitalar; ambulatorial (clínicas, consultórios, unidades básicas de saúde) e domiciliar.

 

Como a fisioterapia respiratória se faz presente no processo de combate à COVID-19, desde o momento em que o paciente é internado até sua alta?

 

A profissão ganhou destaque na pandemia. A atuação do Fisioterapeuta tem início na internação, com os primeiros cuidados, incluindo a administração de oxigênio e posicionamento adequado no leito. Ainda a nível hospitalar, atuamos na assistência em intervenções como a intubação, o ajuste da ventilação mecânica e a mobilização precoce para melhora da função cardiorrespiratória e funcional de modo geral. Quando o paciente tem alta, o fisioterapeuta é o profissional responsável por prescrever exercícios e procedimentos terapêuticos para fortalecimento da musculatura respiratória e periférica, ganho de equilíbrio e flexibilidade.

 

Há um perfil que possa ser monitorado, que esteja em maior risco para os problemas musculares e respiratórios após a Covid-19?

 

Pacientes que ficaram hospitalizados por períodos maiores e que tiveram a forma grave da doença, podem apresentar maiores comprometimentos e, por este motivo, demandam mais cuidado. 


Quais os benefícios da reabilitação cardiopulmonar e metabólica e a sua importância no processo de recuperação do paciente? 

 

São inúmeros os benefícios advindos de um programa de treinamento físico controlado, que se estendem a vários perfis de pacientes (não apenas aos pacientes que foram acometidos pela Covid-19). Dentre eles,  podem ser destacados: redução do colesterol total, melhora no controle da pressão arterial, controle dos níveis de glicose (açúcar) do sangue e da função de contração do músculo cardíaco, aumento da capacidade funcional (capacidade para realizar exercícios reduzindo o cansaço principalmente durante as atividades diárias), redução da mortalidade de origem cardiovascular em pacientes que já sofreram um infarto agudo do miocárdio, melhora da autoconfiança, redução de quadros de ansiedade e depressão.

 

Sobre o tratamento em fisioterapia pós-Covid. Como o profissional da fisioterapia atua com esse paciente?

 

Os objetivos principais do Fisioterapeuta na reabilitação de pacientes com comprometimentos funcionais pós-Covid-19 devem ser: promover alívio de sintomas, tratar e prevenir complicações respiratórias, cardiovasculares, musculoesqueléticas e neurológicas, proporcionar restabelecimento da qualidade de vida e retorno às atividades laborais, sociais e esportivas. Cabe destacar ainda que indivíduos que apresentaram a forma moderada da doença e que não necessitaram de hospitalização, também podem ter algum grau de comprometimento funcional. O vírus SARS-COV2 possui acometimento sistêmico. Por este motivo, uma avaliação individualizada é fundamental para definição do plano terapêutico.

 

Apesar dos sintomas serem os mesmos em várias pessoas, o procedimento de recuperação pulmonar não é igual para todos. Como definir a fisioterapia de cada paciente. Quais são os critérios para esse tratamento? E qual o tempo médio de duração?

 

A prescrição é sempre feita de maneira individualizada. Utilizamos testes funcionais para que cada paciente realize os exercícios de forma segura, respeitando também sua percepção de esforço. Além dos resultados obtidos nos testes funcionais, analisamos de forma minuciosa exames de imagem e exames laboratoriais. O tempo de reabilitação é bem relativo. Alguns pacientes têm alta com aproximadamente três meses, mas isso depende do grau de acometimento pulmonar e muscular periférico, podendo sofrer influência também de fatores externos, como doenças pré-existentes.

 

Nas hospitalizações por Covid-19, como a fisioterapia pode acelerar o processo de recuperação do paciente?

 

A fisioterapia pode contribuir para o manejo adequado do paciente hospitalizado. Esse manejo envolve ajustes adequados nos níveis de oxigênio, ajustes adequados de parâmetros ventilatórios e mobilização precoce, que se instituídos precocemente, podem fazer toda diferença no desfecho clínico.

 

Alguns especialistas recomendam que a fisioterapia respiratória inicie tão logo o paciente esteja curado dos sintomas mais graves. Há um prazo ideal para iniciar o tratamento?

 

A reabilitação cardiopulmonar por ter início após 7 dias sem a presença de todos os sintomas iniciais da COVID-19. É importante destacar que é necessário avaliar sempre a frequência cardíaca, frequência respiratória, pressão arterial, saturação periférica de oxigênio e percepção de esforço durante os atendimentos.

 


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